Em 1980, quando tocava na boate Saramandaia (extinta), em Manaus, recebeu a visita de Pinduca, o Rei do Carimbó. Este, portanto, já fazia sucesso com o gênero paraense no Brasil e em outros países.
Assim, entusiasmado com colega amazonense, Pinduca lhe propôs a gravação de 15 músicas, nos estilos lambada e carimbó. O que foi, prontamente, aceito.
Dessa forma, em 1981 é lançado pela gravadora Copacabana o primeiro disco assinado por Teixeira de Manaus, “Lambada para dançar”, com o acompanhamento da banda da Pinduca.
Como resultado, o long play (LP) vendeu mais de 100 mil cópias e o saxofonista foi agraciado com o Disco de Outro, deferência top do mercado a um grande sucesso.
O SAX ENTROU
Em 1982, chega ao mercado “Teixeira de Manaus: solista de sax“, segundo volume, com “Deixa o meu sax entrar” como aposta de sucesso.
E deu certo: a música se alastrou pelo Brasil e popularizou a lambada amazonense.
Teixeira de Manaus, a partir daí, cravou o seu nome na história da música popular amazonense.
Desde então, suas músicas atravessam gerações e hoje são tocadas tanto em salões chiques quanto nos beiradões.
Por sinal, o solista de sax é considerado pelo público como um dos criadores da lambada amazonense – ou música de beiradão –, assim como Pinduca é o rei do carimbó.
O REI DO BEIRADÃO
O estilo musical beiradão, no contexto da indústria fonográfica, é o resultado da miscelânia de outros variados ritmos dançantes, entre os quais o forró, o carimbó, a salsa, a cumbia, a guitarrada paraense e o jazz.
Por ter se tornado um fenômeno da música brasileira, portanto, Teixeira de Manaus causou interesse da academia universitária que estuda a sua trajetória de vida artística.
Por isso, é tema de TCC (trabalhos de conclusão de cursos), dissertações de mestrado e teses em ciências sociais, com ênfase na música.
“Teixeira de Manaus criou um jeito seu próprio cantar e compor e até pelo nome que adotou [Teixeira de Manaus] leva a cara do amazonas na nossa música”. Foi o que afirmou Ítalo Jimenez, saxofonista e educador musical, em entrevista a Darle Silva Teixeira. Ela é autora da dissertação “O beiradão está em festa”, defendida no PPG Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH/UEA).
“Os músicos amazonenses foram fundamentais na formação da lambada, na medida que estreia na indústria [adotou a] a estratégia de Pinduca ao lançar a lambada no mercado fonográfico. Desse modo, podemos dizer que as composições discográficas de Teixeira de Manaus foram marcadas pelos laços da lambada paraense, desde o início da sua composição, aprofundando-se ainda mais durante as gravações realizadas fora de Manaus, sob os arranjos de Pinduca e seu conto”, avalia o pesquisador Bernado Mesquita no seu livro Das beiradas ao Beiradão (Valer).
Homenagens
Em junho de 2012, Teixeira de Manaus foi o grande homenageado da 7ª edição do Festival Amazonas Jazz, no Teatro Amazonas. O público o aplaudiu de pé no show que teve como tema “O Beiradão”.
No ano passado, ele foi tema do carnaval da banda do Boulevard, criada em 1978, e que reúne milhares em suas apresentações de rua.
O escritor e poeta Tenório Telles, membro da Academia Amazonense de Letras, é o autor da letra de “Teixeira de Manaus é beiradão: cultura do Amazonas em canção”.
“Entre esses criadores [artistas da música amazonense], sobressai a figura de Teixeira de Manaus, um dos mais talentosos e respeitados instrumentistas do Amazonas. Ele faz parte do imaginário de várias gerações que dançaram sob o ritmo de seu saxofone mágico”, poetizou Tenório sobre o homenageado.
Sugestão de Pauta
Fonte: Rondônia Ao Vivo