(Foto: RCI FM 98 )
Pernambuco tem trabalhado com projeções diárias dentro do cenário da Covid-19. E, de acordo com esses estudos, o Estado está caminhando a passos rápidos para entrar na fase de aceleração descontrolada, que é quando há um aumento substancial de pessoas infectadas. O cenário já é comprovado atualmente em quatro estados do Brasil – São Paulo, Rio Janeiro, Ceará e Amazonas -, além do Distrito Federal.
“A perspectiva é que até o final de abril e começo de maio entremos em fase de aceleração descontrolada e que só deve desacelerar no final de maio. Serão dois meses difíceis”, destacou o secretário de Saúde do Estado, André Longo. “O vírus colocou de joelhos os maiores sistemas de saúde do mundo. E nós, gestores e profissionais de saúde, estamos buscando defender a população pernambucana e brasileira nesse desafio, que talvez seja o maior da saúde pública brasileira”, completou.
A análise do gestor estadual é reforçada pelos boletins mais recentes da Covid-19. Mais da metade dos casos foram registrados nos últimos quatros dias. No dia 3, 30 novos casos foram somados. No dia 4, 40, enquanto nos dias 5 e 6 foram acrescentados 25 e 22 registros, respectivamente.
Até o fim da manhã desta segunda-feira (6), eram 223 confirmações no total, sendo 51 apenas em profissionais da saúde. Os óbitos tiveram um salto ainda maior. Até o dia 1º de abril, eram oito. Nesta segunda, o número de mortes no Estado em decorrência da Covid-19 chegou a 30.
Longo ponderou que os 22 óbitos documentados nos últimos dias não necessariamente aconteceram nas datas em que foram divulgados. Um exemplo é o jovem de 15 anos que teve a morte anunciada nesta segunda, mas que faleceu no último dia 27. O primeiro exame dele havia dado inconclusivo e foi necessária uma nova análise. No entanto, o gestor não esconde a apreensão com o cenário.
“Estamos muito preocupados com a aceleração da curva, com os últimos três dias de testes, o aumento no número de positivos e de óbitos. É preciso que a população atente para a necessidade de cumprir as medidas de isolamento. O poder público faz o papel de orientação, não vai oprimir ostensivamente, com força. A maioria da população está colaborando, é preciso reconhecer. Mas há uma minoria que insiste em quebrar as regras”, advertiu.