A descoberta da nova espécie, batizada de "ceratina (Ceratinula) fioreseana", foi divulgada na última terça-feira (19). Conforme os profissionais da Bayer responsáveis pela identificação, esta abelha é classificada como solitária, por não viver em colônias e atuar como polinizadora-chave em ecossistemas naturais e agrícolas.
A empresa explicou que a espécie mais próxima da abelha descoberta em Goiás é encontrada no Nordeste brasileiro. Mesmo assim, o inseto "goiano" pode ser distinguido pelo padrão de manchas faciais, a cor amarelo-mel das pernas e a genitália masculina, que é diferenciada.
De acordo com os pesquisadores, o primeiro nome dado à nova espécie - ceratina - segue as normas de taxonomia zoológica para nomenclatura e o segundo - fioreseana - é em homenagem à família Fiorese, proprietária da fazenda onde a abelha foi encontrada. A propriedade conta com plantação de soja, milho, feijão, trigo e sorgo em seus 2.700 hectares.
Conforme a empresa, a fazenda faz parte de um programa de agricultura sustentável da Bayer, realizado desde 2017 na propriedade. Desde então, foi firmada uma parceria entre o pesquisador Heber Luiz Pereira, da HP Agroconsultoria, e a Bayer.
O especialista monitorou a diversidade de polinizadores no entorno de uma lavoura de soja e implementou sete apiários e três hotéis de abelhas, que são estruturas de madeira desenvolvidas para as abelhas solitárias poderem construir seus ninhos, o que facilitou o monitoramento delas.
Em 2018, os pesquisadores começaram a fazer o levantamento das espécies, que foram identificadas pela taxonomista Favízia Freitas de Oliveira. Ao todo, eles descobriram 72 espécies de abelhas nativas brasileiras na fazenda, além da nova espécie identificada. Os profissionais explicam ainda que a ceratina é popularmente conhecida como "abelhas carpinteiras pequenas", no Centro-Oeste brasileiro.
A partir da identificação do subgênero da espécie da abelha, eles deram andamento para o processo de análise taxonômica e para o registro da "ceratina (ceratinula) fioreseana". Além disso, os cientistas publicaram um artigo científico, neste mês, com o anúncio da nova espécie na revista internacional Zookeys, que é referência na área.
G1
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