Foto: Divulgação/CRM-PB (Foto: RCI FM 98 )
O Conselho Regional de Medicina do Estado da Paraíba (CRM-PB) constatou que há superlotação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Instituto Elpídio de Almeida (Isea), em Campina Grande. A fiscalização aconteceu na sexta-feira (4), quando haviam 15 recém-nascidos internados. A unidade possui apenas 10 leitos, sendo oito na ala e dois no isolamento.
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De acordo com o CRM-PB, quase todos os bebês que necessitam de procedimentos cirúrgicos em Campina Grande são encaminhados para a unidade, contribuindo para a sobrecarga. A escassez de leitos de UTI Neonatal em outros hospitais dificulta a regulação dos pacientes. Há apenas cinco leitos no Hospital da FAP, três no Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC) e seis na Clipsi. Conforme relatado pelos médicos do Isea ao CRM, estes hospitais só recebem os recém-nascidos que apresentarem teste negativo para Covid-19, no entanto, o resultado do exame pode demorar até cinco dias para estar disponível, retardando as transferências.
Outro problema apontado pelos médicos ao CRM-PB é que o Serviço de Atendimento de Urgência (Samu) muitas vezes não consegue dar suporte a estas remoções, por ter apenas uma ambulância disponível no hospital e falta de equipe, que já está sobrecarregada no plantão. A direção administrativa do hospital ainda informou ao CRM-PB que o hospital recebe, frequentemente, pacientes de outros municípios que não são pactuados com Campina Grande.
De acordo com a equipe médica de plantão na UTI, nenhum dos 15 recém-nascidos internados no momento da vistoria possuía diagnóstico confirmado por Covid-19. Porém, gêmeos nascidos de mãe que faleceu por Covid-19 logo após o parto aguardavam o resultado do exame.
“O Isea vem enfrentando uma sobrecarga há muitos anos. Há uma necessidade urgente de planejamento dos gestores para a abertura de outra maternidade com UTI neonatal em Campina Grande para que a população tenha um atendimento adequado. Esta superlotação, além de comprometer a assistência aos pacientes, sobrecarrega os profissionais e pode resultar na escassez de insumos básicos”, afirmou o diretor de fiscalização do CRM-PB, Bruno Leandro de Souza.
A equipe de fiscalização do CRM-PB observou limitações relativas a materiais estéreis, que é terceirizado com uma empresa. O hospital conta com laboratório de análises clínicas 24 horas, raio-x e ultrassonografia, mas quando há necessidade de tomografia ela é realizada em clínica terceirizada.
O relatório do Departamento de Fiscalização do CRM-PB será encaminhado ao Ministério Público Estadual, à Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande e à direção técnica do Isea.
A Prefeitura de Campina Grande ainda não se manifestou sobre as constatações do CRM-PB.
Fonte e Créditos: Portal Correio
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